quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

01 de maio de 1994 ...

Bem, eu voltando poucas horas depois e possivelmente devo voltar mais alguma vez já que tenho alguns assuntos para falar. Mais agora vou falar do esporte que é minha maior paixão, Fórmula 1, SIM ser torcedor de Fórmula 1 se aprende no berço, ou ouvindo a mãe gritar nas madrugadas por alguma peripecia de Senna e Prost.

Nitidamente o primeiro campeonato que me lembro de ter acompanhado com afinco foi o de 1994, eu na epoca ainda era uma criaturinha religiosa e gostava de ir a igreja todos os domingos pela manhã, me lembro que tinha visto no Jornal Hoje sobre o acidente quase fatal de Barrichelo em um treino livre de sexta-feira, na epoca ele era uma promessa de futuro pro automobilismo brasileiro, tão acostumada com super pilotos (Fittipald, Piquet e Senna), mas acima de tudo era um brasileiro, um compatriota, não acreditava que um esporte poderia matar.

Tp assim, como um esporte poderia ser fatal? Mal sabia eu do final de semana que ficaria marcado na mente de muitos, incluindo na minha. O dia do acidente do Rubinho, era 29 de abril de 1994 e daria início a um GP que deveria ter sido cancelado pela falta de segurança.

No sábado acordei pela manhã para ver o treino classificatório, não me recordo o momento exato do acidente do Roland Ratzemberger, mas como todos sabem foi um acidente fatal, o treino foi interrompido e tirando a minha amada (nesse episódio nem tão amada assim) Ferrari, todas as equipes interromperam seus treinos e a Ferrari estava tentando melhorar seu tempo.

Foi sem dúvida um dos momentos mais dramáticos da Fórmula 1 moderna e o que sem dúvida alguma impulsionou a criação de novos carros, mais seguros, talvez hoje Roland estivesse vivo se dirigisse um F1 atual, afinal Kubica (2007) teve um acidente que visualmente foi bem mais feio que o de Roland e tudo o que teve foi uma luxação.

A morte de Ratzemberger certamente mostrava que aquele GP deveria ter sido cancelado, muitos falam se não fosse o desfecho trágico do domingo se lembrariamos dessa morte, para ser sincera, possivelmente não. Muitos, incluindos nós brasileiros, não nos lembrariamos, mas avaliando a situação, um piloto havia morrido em pista, a corrida deveria ter sido cancelada pelo menos penso eu.

Aquele dia 01 de maio começaria com um clime tenso, um clime diferente, talvez um quase velório, me lembro de ter ido a missa pela manhã e em consequência disso perderia a largada, mas tudo bem poderia ver quase todas as voltas. Corri para minha casa assim que a missa acabou, e peguei minha mãe perplexa em frente a tv me dizendo: 'O Senna bateu!'. Eu tinha 11 anos, não conseguia digerir a informação direito, mas falei pra minha mãe algo como 'não esquenta ele vai ficar bem', mas não ficou.

Aquele sangue todo e a corrida prosseguindo, a FIA não cancelou embora se fale que ele morreu ainda na pista e o regulamento diz que se um piloto morre na corrida, a corrida deverá ser cancelada, no entanto ela terminou, Schumacher venceu e horas depois saberiamos que Senna jamais seria tetra.

Tinha um vizinho, muito exagerado, minha mãe sentou-se na calçada de frente para a casa dele e ele chorava copiosamente, embora a noticia ainda não tivesse sido divulgada, todos sabiam, nosso maior ídolo estava morto. Aquele 01 de maio talvez tenha sido um dos dias mais tristes da minha vida. Como sofrer por alguém que não conhecemos? Não sei, mas o fato é que sofriamos.

Na minha casa as coisas sempre foram ao contrário, meu pai nunca foi fã de Fórmula 1 e minha mãe é simplesmente fanática e passou isso pra mim, ela, torcedora desde a epoca do Piquet (queria mto tê-lo visto correr, o youtube me salva as vezes rs) e uma fãzona do Senna, chorava sem parar.

Foi sem dúvidas um dia triste em nossa casa, em nossa rua, em nossa cidade, em nosso estado e por que não no Brasil? Afinal, Ayrton Senna havia morrido. Não havia uma pessoa que eu não conhecesse que não compartilha-se comigo aquele sentimento de pesar, pesar de como se um ente querido próximo houvesse morrido. Mas Senna não era nosso parente, era nosso ídolo.

Não o melhor piloto de Fórmula 1, pois essa é uma discussão que geralmente não leva a lugar nenhum, prefiro assumir que não temos melhor piloto, mas sim grandes astros que são lembrados sempre. Afinal a análise é muito complicada, envolve carros, adversários, equipe e etc. Comparar pilots de gerações diferentes é uma tarefa complicada e quase sempre insatisfatória.

O fato é que era o Senna, o nosso Senna, nosso corredor, nosso campeão, o Brasil ficou orfão de Senna, orfão do tema da vitória, orfão das alegrias das lindas manhãs de domingo.

Quando o corpo dele chegou ao Brasil, passando pelas ruas (PASMEM, paradas de São Paulo), era como se um pedaço de nosso coração tivesse ido com ele. Uma página negra da Fórmula 1 sem dúvidas.

Beijokas para todos ...

Um comentário:

Mischa disse...

Bem, eu não me recordo de ter visto o Senna correr, afinal, em Abril de 1994, eu tinha nada mais que dois anos e meio! Mas, acho muito bonita sua paixão pelo esporte, sempre achei que o governo deveria estimular isso em todas as pessoas, as coisas ficariam bem mais harmoniosas, creio eu!

Lendo o post sobre as séries, eu lembro como você ficou quando GG começou a passar, sabe, eu nunca fui tão apaixonada por uma série como sou por GG (o chuck e a blair, ah, tudo). E the big bang theory é TUDO, morro de ri! :)
Isso ai, dar chance ao novo! :P